segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Perder.. complicado de conjugar e dificil de sentir

Perder é sempre um recomeço...

Perder tem muitas facetas.

Podemos perder uma oportunidade, um prazo, um negócio, o objecto, um amigo, um colega, um cliente, um fornecedor, um amor... enfim, perder é sempre um processo difícil para qualquer pessoa digerir.

Mas talvez o mais difícil de perder seja transformar a perda num recomeço.

Essa transformação é sempre um processo que necessita de imenso esforço, porque implica mudança... é aceitação e é olhar para frente entendendo que o que aconteceu até aqui é importante para nos fortalecermos e sem dúvida é um alicerce para seguir em frente.

No meu caso, eu sou o conjunto do que fiz, das experiências que tive, das oportunidades que aproveitei ou deixei de aproveitar, das pessoas que conheci ou preferi não conhecer, do que aprendi, de onde vim e de onde estou.

Tudo que nós vivemos traduz-se naquilo em que somos. Da mesma forma, as perdas que sofremos contribuíram para sermos o que somos.

O sofrimento da perda é uma espécie de passagem, onde estão as etapas que precisam ser superadas: o choque, a negação, a indiferença, a ciência, a aceitação, a mudança.

Nunca é fácil, mas é um processo que tem início, meio e fim, porque quando alguém decide recomeçar o que quer que seja em função de uma perda, significa que esse alguém está sólido e confiante para seguir em frente.

Não quer dizer que se esqueça do que se perdeu, mas que sabemos que a perda fez-nos ficar a nos conhecer mais e tornou-nos preparados para enfrentar o caminho à frente.

Toda mudança dói, seja de uma forma mais ou menos intensa, pois para cada um a intensidade é diferente. Mas é importante passar por isso, é a maneira de nos transformar.

Os grandes recomeços são sempre medidos pelo movimento mais difícil de se fazer: seja falar com quem preferiamos não falar, seja decidir dar mais um passinho à frente ou talvez fazer uma mudança imensa na vida.

O que é fundamental é que o movimento é somente nosso, e a proporção ou dimensão que este assume é importante para nós mesmos.

Se os outros decidem realizar um movimento monumental e nós apenas muda um pouco a sua rotina, não interessa. Cada um precisa de um movimento que seja próprio e importante para si e no seu tempo.

Temos que dar o tempo e o espaço para recomeçar, porque sempre é uma escolha pessoal e intransmissivel.

Recomeça, primeiro por ti e depois pelo mundo